. Fox...
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Ontem acordei às 9 horas da manhã com um barulho. Era um misto de ganido e uivo vindo de um cão ali perto. Não liguei, era apenas um cão a uivar.
Adormeci.....e voltei a acordar 2 horas depois com o mesmo ganido. Nesse momento ouvi o mau pai a chegar a casa vindo da sua bica matinal, chamei-o e perguntei lhe que cão era aquele que estava a fazer tanto alvoroço...
Ali pertinho de casa (a cerca de 20 metros) há um portão metido entre o salão da aldeia e um armazém. O portão dá para uma terra de cultivo e para lá desta há uma infinidade de outras terras delimitadas por cercas relativamente fáceis de transpor.
Segundo o meu pai o cão estava nessa terra e, em vez de passar a cerca e dar a volta ao salão ou ao armazém, queria sair à força toda por aquele grande portão.
O meu pai ainda o tinha enxotado, isto é incitado a ir para a cerca mas o cãozito não queria, se calhar não conhecia nada por estes lados e tinha medo...
Levantei-me com a intenção de ir ajudar o pobrezinho.
Quando lá cheguei o cachorro tinha enfiado a cabecita na frecha entre a base do portão e o chão.
Fui à volta e enfiei-me entre os arames da cerca para passar para o outro lado, para mim isto não era difícil, mas para o cão era a coisa mais fácil do mundo!!!
Entretanto o meu pai apareceu para ajudar. Cheguei ao pé do cão e dei-me conta que ele estava preso, não conseguia tirar a cabeça debaixo do portão.
Eu do lado de dentro e o meu pai do lado de fora lá conseguimos libertar o cãozito.
Ele era um rafeirito lindo (aliás, todos os cães são lindos), todo preto, pêlo esgadelhado, pequeno, um bocado cão salsicha (as patas um pouco curtas em relação ao comprimento) e com o pêlo cheio de coisitas de ervas.
Dei-lhe a minha mão a cheirar e fiz-lhe uma festa. Ele devia ter dono, pois estava gordo e era mansinho.
Peguei nele e trouxe-o para casa. Escovei-o para tirar as coisas que lhe enchiam a cara, enquanto o fazia ele olhava para mim com uns olhos meigos e fofos.
Os meus 4 gatos decidiram ficar a uma distância segura a observar atentamente aquele estranho (só têm confiança com o meu cão, cresceram juntos...), não fosse ele ficar uma fera, atirar-se a eles e mata-los (coitadito, aquela coisa fofa...).
Dei-lhe água mas ele não quis. Foi então que pôs as patas no muro do terraço e olhou para a estrada... Peguei nele e levei-o para lá, estava na hora de ir para casa...
Ao princípio estava um pouco confuso, olhava e farejava em todas as direcções. Depois começou a caminhar cada vez mais rápido e confiante. Até que começou acorrer.
Fiquei a olhar até o perder de vista.
Voltei para casa e o meu cão, Fox (ou Quinho como gosto de o chamar), olhou para mim e para o meu pai como que a pedir festas, meio ciumento por causa do intruso que estivera no seu território a atrair a atenção dos donos. Quando ficou farto de festas estatelou-se, como é costume, no mosaico a dormir.
Espero do fundo do meu coração que o cachorro tenha chegado a casa e encontrado carinho, atenção e afecto por parte da família...
P.S.: Estou deitada de barriga para baixo no sofá da sala e tenho um dos meus gatos, o Puck (um gatito enorme, gordo e amarelo. Tipo garfield à excepção do branco na barriga, patas dianteiras e um pouco no focinho), a dormir em cima de mim... coitadinho...vou ter de o acordar...