. Fox...
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Na Passada quarta-feira, dia 6 de Dezembro, chorei...chorei muito...
O cãozito nem era meu, mas eu considerava-o assim...
No sábado anterior a este dia, a minha prima/manita (a Kita) reparou que o Boopy, o cão dela, estava muito magro, magro demais. Mas só se tinha essa percepção pegando nele, porque ele sempre fora magro e com aquele pêlo rebelde não se notava. Para além disso não queria comer, vomitava o que conseguia engolir e bebia muita água (mesmo muita), também tremia demais, mesmo não estando assim tanto frio.
Estávams todos preocupados com o bicharoco, e era caso para isso...
A Kita telefonou ao irmão (que era o "verdadeiro" dono do cão e que estava em Espanha) e decidiu ir com ele ao veterinário. Fui com ela.
Fui atrás com o Boppy, ele deitou-se e foi calminho todo o caminho, satisfeito com as festas que lhe fazia, parece que gostou da experiência de andar de carro, pena que fosse a última...
Chegámos ao veterinário, mesmo sem hora marcada, esperámos um tempo e fomos atendidas. Examinaram-no por palpação e tiraram-lhe sangue para as análises.
A veterinária, tendo em conta os sintomas do Boopy, previu o que ele teria, o que veio a ser confirmado pelas análises: Febre da Carraça, o que causou insufciência renal (um dos rins já não funcionava) e anemia, sendo que muitas das substâncias sanguíneas estavam com níveis fora do normal.
Foi-nos logo dito que o "prognóstico era reservado", isto é, não sabiam se o cachorrito iria ficar bem, se iria reagir ao tratamento.
No dia seguinte voltámos para o visitar, estava a ser alimentado a soro (pois continuava a vomitar o que lhe era dado). Estivémos com ele uns minutos, a fazer-lhe festas e a falar com ele, mas o que ele queria era saltar da marquesa e vir connosco, mas não podia ser...
Foi a última vez que vi aqueles olhinhos pretos que suplicavam para não o deixarmos ali naquele sítio estranho.
Não podémos visitá-lo na Segunda nem na Terça, pois a Kita estava em Gouveia, no estágio. Era, então, suposto o irmão dela ir busca-lo na Quarta, o dia em que ele vinha de Espanha. Eu também ia faltar às aulas da tarde para ir.
Mas na Terça à noite recebemos a notícia que as coisas não estavam bem com o "Pi", o tratamento não estava a resultar já tinha tido uma paragem cardíaca e problemas neurológicos e, apesar de o terem estabilizado, já não deveria sobreviver até ao dia seguinte.
No entanto eu continuava cheia de esperança, nada me abalava, eu tinha quase a certeza que ele iria ficar bom...mas não ficou...
No dia seguinte recebi uma sms da Kita que dizia que o "Pi" tinha morrido, fiqui quase em estado de choque, apesar de já estar à espera, eu não estava realmente à espera que o pior acontecece.
Faltei às aulas da tarde e fui com o irmão da Kita buscar o cadáver do "meu" Boopy. Para ele ainda deve ter sido um choque maior, ele adorava aquele cão, é curioso que o Boopy tinha nascido exactamente no mesmo dia em que outro cão que ele adorava (o Booky) tinha morrido.
Quem também deve ter sofrido muito, para além de todos que gostavam do Boopy, foi o seu companheiro de casota, que o seguia para todo lado, que o via, digo eu, como um mano mais velho, o Scooby...
Acho que, exceptuando a minha cadela, a Lassie, nunca chorei tanto por um animal, e este nem era meu. Acho que foi por este ser um processo lento, em que as esperanças em vez de diminuirem iam aumentando a cada dia... se ele tivesse morrido atropelado, instantâneamente o choque não teria sido tão grande.
Tenho saudades de os ver aos três (o meu Fox, o Scooby e o Boopy) a correr lá fora, a brincar felizes e contentes, tenho saudades de o enxotar da minha casa, quando ele se punha a fazer disparates...
Tenho saudades
Dêem uma olhadela aos textos escritos pela Kita sobre o "Pi" em Pensamento Azuis e Amigos Indefesos